Damos aqui continuidade aos artigos que visam fazer uma descrição sobre o catecumenato, a fim de que possamos compreender no final, o que se pretende quando se diz que hoje precisamos vivenciar uma catequese de inspiração catecumenal.

Falamos que o catecumenato primitivo se estruturava em 04 tempos e 03 etapas, ou seja, cada tempo preparava para uma etapa a ser vivenciada de modo vibrante através de uma celebração. Neste artigo chegamos à 3ª etapa a saber: a celebração dos sacramentos da iniciação à vida cristã. O tempo que o preparou foi o tempo da iluminação e da purificação que foi descrito no artigo anterior.
“Os sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia constituem a última etapa do catecumenato” (RICA, n. 27). É o grande momento culminante do itinerário catecumenal e que acontece na noite de Páscoa (que hoje chamamos de Vigília Pascal). É a chamada mãe de todas as Vigílias, a mais importante de todas as celebrações onde se celebra a ressurreição gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O Batismo
A Vigília Pascal se compõe de uma série de ritos simbólicos, além de uma ampla liturgia da Palavra que descreve toda a história da salvação, iniciada desce a criação, até que a nova criação se estabeleça a partir da Ressurreição de Jesus Cristo. “A culminância é a celebração do banho batismal dos catecúmenos…Após o batismo, os batizados recebem a unção com o óleo do crisma e são proclamados neófitos, isto é nascidos de novo, porque renasceram pela ação da Igreja, a comunidade de Jesus, que deles passa a cuidar, alimentar, formar. Os neobatizados recebem a veste branca, símbolo da vida nova em Cristo Jesus, que devem usar até o primeiro sábado depois da Páscoa, quando as vestes são devolvidas, porque seu simbolismo já passou para a realidade da vida”(Ir. Nery, p. 91) (cf. Ir. Nery. Catequese com Adultos e Catecumenato; história e proposta. Paulus – SP -, 2019).
A Crisma
Segundo o Ritual da Iniciação Cristã de Adultos, (RICA), conforme antiquíssimo uso da liturgia romana, o adulto não é batizado sem receber o sacramento da Confirmação ou da Crisma, logo após o Batismo, salvo alguma razão muito específica o impedisse. “Esta conexão exprime a unidade do mistério pascal, a relação entre a missão do Filho e a efusão do Espírito Santo e o nexo entre os sacramentos” (RICA, n. 34).
A Eucaristia
Por fim, confere-se também a participação na Eucaristia. Aqueles que foram batizados e crismados, participam do banquete eucarístico pela primeira vez, completando assim o ciclo da iniciação à vida cristã. Assim se exprime o RICA: “elevados à dignidade do sacerdócio real, tomam parte ativa na oração dos fiéis e, na medida do possível, no rito de apresentação das oferendas ao altar. Com toda a comunidade tornam-se participantes da ação sacrifical e recitam a Oração do Senhor, manifestando o espírito de adoção de filhos recebido no Batismo. Comungando do Corpo que nos foi dado e do Sangue derramado por nós, confirmam os dons recebidos e antegozam os eternos” (RICA, n. 36).

Do ponto de vista dos três sacramentos da iniciação, a Eucaristia é uma culminância, um sinal de plena e definitiva inserção na Igreja. “Participando da mesa eucarística, o crente se alimenta e se sente cada vez mais membro da Igreja. Por ser a Eucaristia o mistério central da vida cristã, é necessário desenvolver nos iniciados, sentimentos e atitudes que os levem a reconhecer o Senhor no pão partido”(Doc. 107 da CNBB: Iniciação à vida cristã: itinerário para formar discípulos missionários, n.133).
Contribuição de: Pe. Sidnei Reitz
Assessor da Catequese