Os católicos têm devoção e amor para com Maria, a Mãe de Jesus. Ela é uma figura singular que merece consideração especial. Depois de Deus, ninguém é tão amado como ela. Desde os primórdios Maria faz parte da piedade do povo cristão. Já nos anos 80 Lucas, o Evangelista, descreve Maria como a Bem–aventurada. Durante os séculos da história da Igreja, Ela recebeu muitos títulos, porém é sempre aquela mulher que deu o seu “sim” a Deus para que a Encarnação do Filho de Deus acontecesse: Jesus em nossa história.
Alguns acusam os católicos de adorarem Maria, porém isto não tem nenhum sentido. O católico consciente sabe muito bem quem é o Salvador, mas também sabe, a partir da Revelação, que Deus, ao entrar em nossa história pelo seu Filho, contou com a colaboração de muitos homens e mulheres, já no Antigo Testamento com Abraão e Sara, Moisés e Miriam, Isaías, Jeremias, e outros; no Novo Testamento com os Apóstolos, os Evangelistas e, igualmente muitos outros. Sem a colaboração e participação destas pessoas Jesus seria um salvador desconhecido. Entre todos estes colaboradores, Maria ocupa um lugar todo especial. Ela foi a chamada para ser a Mãe do Filho Encarnado. Seu sim é a resposta a este chamado: “E a Palavra se fez carne e veio habitar entre nós” (Jo 1,14).
Vejamos o que Lucas diz quando relata o anúncio do Anjo e o encontro de Maria com Isabel (Lc 1,28-48): O Anjo a chama de “agraciada/favoreci da (cheia de graça), o Senhor é contigo” (Lc 1,28); e Isabel a saúda, movida pelo Espírito Santo, com “Bendita és tu entre as mulheres e Bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42). São saudações feitas a Maria, mas que estão em vista da graça que Deus colocou nela para trazer o Bendito fruto do seu ventre, Jesus.
Com o seu sim Maria se colocou a serviço de Deus. Deus a fez Mãe, e Isabel vê esta maravilha quando diz “Bem-aventurada a que acreditou” (Lc 1,45). Maria, como Mãe de Jesus, participa singularmente com o plano salvífico de Deus, e é isto que a devoção e o amor a Maria reconhecem. Os católicos não receiam saudar Maria (Ave-Maria) como cheia de Graça, a bendita entre todas as mulheres, a bem-aventurada. Não a veem como divina, porém veem nela a Graça de Deus, veem nela a humilde serva do Senhor que tornou possível para todos, a vinda de Jesus, o Salvador da Humanidade. A devoção e o amor consistem nisto.
Texto: Pe. Mário Glaab