A evolução da humanidade caminha a passos largos, envolvendo uma comunidade cada vez mais “tecnológica”. Os processos cada vez mais acelerados, nossos filhos nascidos na chamada “Geração Beta” (atual) imersos na era da Inteligência Artificial (IA), a instantaneidade das respostas, enfim, poderia aqui enumerar diversos outros fatores que são presenciados e vividos atualmente e que alguns anos atrás não eram comuns. Salvo aqui a evolução da medicina que ao ponto de vista teve avanços que contribuem de forma concreta para a longevidade com saúde e a cura de muitas doenças inimagináveis até pouco tempo. Certo de que também muitas outras enfermidades vieram à tona com os mais de 8 bilhões de pessoas ocupando este espaço chamado Terra, sendo um desafio não somente para a área de saúde, mas para a ocupação de solos urbanos e a crescente necessidade de produção de alimentos condicionados a infraestrutura que interfira minimamente o meio ambiente e que essa ocupação possa ser mitigada de maneira tal que possa haver uma convivência harmônica.
Esses avanços vem carregados de muitas coisas boas, algumas delas citadas no parágrafo anterior. Mas, tudo têm um custo, o que, por outro lado, acarreta em um consumismo desenfreado para na maioria das vezes satisfazer o ego do ser humano.
E o meio ambiente, a ecologia, onde se enquadram nesta discussão?
Quando grifo a palavra EVOLUÇÃO no início desta humilde reflexão, faço propositalmente como forma de análise desta conjuntura.
Uma evolução sustentável da sociedade deve ir além do uso de tecnologias mas, sobretudo é ter essa evolutiva interna nos nossos atos como seres humanos que apenas estamos tomando emprestados de nossos herdeiros este ambiente em que nos encontramos, com o compromisso de entregar melhor do que pegamos, livre de passivos ambientais ocasionados por esta chamada “evolução”.
Tão necessário evoluir e preservar, com ações de boas práticas dentro das nossas próprias casas.
Que tal a premissa dos 5 Rs do meio ambiente?
1 – Repensar 2 – Reduzir 3 – Recusar 4 – Reutilizar 5 – Reciclar
No nosso dia a dia será que pensamos nisto? Ou melhor, será que buscamos esse conhecimento sobre este e demais temas tão importantes para que nossas práticas possam contribuir com um mundo ambientalmente melhor?
Muitas vezes a recusa de um copo plástico, ou dois, ou três ou sabe-se lá quantos que usamos durante o dia e que de forma inconsciente vai para o lixo e de lá vai para os aterros sanitários ou mesmo acaba indo para as ruas, pois é frequente a destinação de materiais a bel prazer em locais inapropriados para tal, poluindo as áreas urbanas e rurais, contaminando mananciais de água, entupindo bueiros e contribuindo com assoreamentos de rios e consequentemente alagamentos.
Como a própria imagem da Campanha da Fraternidade deste ano, o contraste entre prédios e favelas nos leva a perceber o inchaço das áreas urbanas dentro das desproporcionalidades sociais e que um novo estilo de vida imposto pela necessidade cada vez maior de vivermos o imediatismo e a urgência para poder acompanhar essa “evolução”, trazem à tona essa ameaça a própria existência da vida humana num ambiente que caminha para um colapso no sentido ecológico.
Vale lembrar que todas as atividades humanas que norteiam um ambiente com condições modernas de vida proporcionando bem-estar, conforto, qualidade de vida estão diretamente ligadas a mudanças dos nossos ecossistemas. Essas ações antrópicas nos remetem a uma antiga lei natural: Causa e Efeito, ou seja, qualquer intervenção no ambiente trará uma resposta, podendo ser ela positiva ou negativa de acordo com a intensidade do impacto ambiental frente as ações mitigadoras empregadas.
A busca pela qualidade de vida das pessoas está intimamente ligada crenças, a fé, a educação, ao acesso aos serviços públicos, saúde, a boa alimentação e, dentre outros fatores, à qualidade ambiental, sendo que esta última é fator determinante para uma convivência entre o viver bem. Podemos afirmar que décadas atrás tínhamos um cenário ainda com níveis de qualidade ambiental ótimos, todavia com o crescimento da população e a falta de políticas públicas e educação ambiental sólidas, infelizmente trouxeram consigo um retrocesso ambiental, com acúmulo de lixos nas ruas, com esgoto a céu aberto e a falta de tratamento, com o consumo desenfreado por produtos muitas vezes supérfluos, com o esgotamento rápido de aterros sanitários justamente pela população não preocupar-se com a separação e o destino correto dos materiais que podem ser reciclados.
Poderíamos aqui descrever inúmeras páginas com esse alerta da consciência em relação ao respeito ao meio ambiente para que possamos realmente evoluir no sentido amplo do significado de evolução, pois, cabe a nós mesmos fazer uma profunda reflexão sobre se realmente estamos evoluindo ou estamos criando uma falsa idéia de evolução, lembrando que não há um “Planeta Reserva” para nós usar de qualquer jeito e depois que tivermos a escassez dos recursos ambientais, simplesmente pensarmos na solução mágica que não existe.
Que cada um de nós faça a nossa parte, o pouco que cada um fizer será muito neste universo que encontra-se atualmente na UTI e que precisa ser repensado de forma que essa tão falada evolução não seja um sinônimo de precisar degradar a natureza para que ela aconteça e sim, é possível que o homem use a sua inteligência para ao passo que progrida, tenha a consciência ambiental dos 5 R’s e os pratique. Aí o grifo inicial será contemplado.
Nei Antonio Kukla
Engenheiro Agrônomo
Secretário Municipal de Meio
Ambiente de União da Vitória Pr