Estamos vivendo um Ano Jubilar, que traz grandes oportunidades espirituais. Mas, para que possamos aproveita-las, precisamos estar preparados e conscientes de seu valor e de nosso papel. E a melhor forma de fazer isso é meditando e rezando em família. Por isso, Pe. Emílio Bortolini partilhará um texto por mês, tratando de assuntos referentes ao Jubileu (Indulgências, Esperança, Peregrinações, Portas Santas, etc), e convida vocês, prezado irmãos e irmãs na fé, a se reunir com seus familiares e amigos para meditar e rezar. Fique à vontade para acrescentar cantos, orações (uma dezena do Rosário, por exemplo) adaptando de acordo com a sua realidade. Aproveite, e que o Senhor nos acompanhe nessa caminhada de fé.
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1º encontro: Jubileu: história e sentido
T.: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Dir.: Irmãos e irmãs, sejam todos bem-vindos. Para começarmos bem o nosso encontro vamos invocar o Divino Espírito Santo.
T.: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis
e acendei neles o fogo do Vosso amor.
Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado.
E renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos Vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre da Sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.
- 1. História
Dir.: Estamos vivendo o Ano do Jubileu Ordinário, pelos 2025 anos do nascimento de Cristo, convocado pelo Papa Francisco alguns meses antes de seu falecimento. Ouçamos o que ele nos disse ao convocar o Ano Jubilar, com a Bula “A Esperança não engana”:
L.1: O Papa afirma que convocou o Jubileu para que ele “possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, ‘porta da salvação’ (…) A vida cristã é um caminho, que precisa também de momentos fortes para nutrir e robustecer a esperança, insubstituível companheira, que permite vislumbrar a meta: o encontro com o Senhor Jesus. ”
T.: Que este ano de jubileu seja uma pausa restauradora na nossa caminhada rumo ao Céu.
L.2: A inspiração para o jubileu vem da Bíblia Sagrada, pois ele foi instituído pelo próprio Deus, que o prescreveu por meio de Moisés. Ouçamos com atenção uma parte do texto que narra isso:
L.1: Leitura do livro do Levítico (25, 8-10.13-14.17.23: “O Senhor falou a Moisés no monte Sinai, dizendo: “Contarás sete semanas de anos, ou seja, sete vezes sete anos, o que dará quarenta e nove anos. Então farás soar a trombeta no décimo dia do sétimo mês. Declarareis santo o quinquagésimo ano e proclamareis a libertação para todos os habitantes do país: será para vós um jubileu. Nesse ano de jubileu cada um poderá retornar à sua propriedade. Se venderes ao teu conterrâneo, ou dele comprares alguma coisa, que ninguém explore o seu irmão; Não vos leseis uns aos outros entre irmãos, mas temei o vosso Deus. Eu sou o Senhor, vosso Deus. A terra não será vendida perpetuamente, pois ela pertence a Mim e vós sois todos hóspedes e peregrinos”.
Palavra do Senhor. T.: Graças a Deus.
L.2: Apesar de estar prescrito na Bíblia, o primeiro jubileu da Igreja Católica só foi convocado pelo Papa Bonifácio VIII, para celebrar os 1300 anos do nascimento de Cristo. A princípio, ele aconteceria a cada 100 anos, mas os Papas seguintes alternaram o intervalo entre 50 e 33 anos, até que Paulo II, em 1470, fixou-o em 25 anos, o tempo de uma geração, pois, com intervalos maiores, muitas pessoas morriam sem ter a oportunidade de celebrar um jubileu, visto que a expectativa de vida era baixa. O atual jubileu, o 28º, começou no dia 24/12/2024 e vai até 6/1/2026.
T.: “A misericórdia do Senhor perdura de geração em geração” (Lc 1, 50)
L.1: Em 1933, o Papa Pio XI convocou o primeiro Jubileu Extraordinário, para celebrar os 1900 anos da morte e ressurreição de Jesus, que nos trouxe a Redenção, sendo, por isso, chamado de “Jubileu da Redenção”. Depois desse, aconteceram mais dois jubileus extraordinários: em 1983 (1950 anos da Redenção) e 2015 (50 anos do Concílio Vaticano II, Jubileu da Misericórdia). O próximo Jubileu extraordinário será em 2033, celebrando os 2000 anos da Redenção.
T.: Bendito seja Deus, que nos arrancou do poder das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, no qual temos a redenção (cf. Col 1, 13)
- 2. Sentido
Dir.: A palavra “jubileu” vem do Hebraico “iôbel”, que significa chifre de carneiro, com o qual se fazia o Shofar, uma espécie de berrante, que era tocado para anunciar o início do ano jubilar. Quando alguém ouve um som como o de um berrante, imediatamente para o que está fazendo. Do mesmo modo, o Jubileu, em primeiro lugar, nos convida a pararmos, a fazermos uma pausa no ritmo frenético e estressante da vida moderna, pois essa correria nos impede de ouvir a voz de Deus e dos irmãos e também de saborear a vida, de sentir a presença do Criador em cada criatura.
T.: O Senhor nos diz: “Parai, fazei uma pausa, e reconhecei que sou Deus” (Sl 46, 11)
L.1: Da palavra “jubileu” surgiu a palavra “júbilo”, que significa uma alegria muito intensa. Por isso, celebrar o jubileu é alegrar-se, e celebrar um jubileu ordinário é alegrar-se pelas coisas comuns, cotidianas, por aquelas bênçãos que temos e muitas vezes não valorizamos, como a família, a casa onde moramos, os amigos que temos, tudo o que nos permite viver com dignidade.
T.: “Alegrai-vos sempre no Senhor, eu repito: alegrai-vos! ” (Fl 4,4)
L.2: O texto do Levítico prescrevia que, no ano jubilar, as terras que haviam sido compradas fossem devolvidas aos seus antigos donos, as dívidas fossem perdoadas e os escravos libertos. Mas será que isso acontecia de fato? Não se tem notícia de que isso realmente tenha acontecido, ao menos em grande escala, mas, mesmo assim, isso é importante, pois permanece como aquele ideal que nos impulsiona a caminhar, impedindo que nos conformemos com as injustiças e as imensas desigualdades, fazendo brotar uma justa indignação, que, no momento oportuno, pode levar a atitudes concretas. Não podemos achar normal que alguns poucos tenham demais enquanto muitos morrem de fome!
T.: O primeiro passo para combater o mal é não se conformar com ele!
- 3. Oração
Dir.: Agora vamos transformar em oração tudo o que vimos hoje. Existem várias formas de oração: a Súplica, quando pedimos algo para nós mesmos; a Intercessão, quando pedimos por outra pessoa; a Ação de Graças, quando agradecemos; e o Louvor, quando focamos em quem Deus é e não no que Ele faz por nós.
T.: A oração é ação de Deus e do homem, pois ela brota do Espírito Santo e de nós, e se dirige ao Pai, em união com Cristo. (cf. Catecismo da Igreja Católica §2564)
L.1: Perdoai-nos, Senhor, pelas vezes que não soubemos parar para ouvir a Vossa voz e o clamor dos pobres
T.: Senhor, tende piedade de nós
L.2: Dai-nos a graça, Senhor, de viver bem esse ano jubilar, aproveitando as oportunidades que ele nos oferece
T.: Senhor, atendei a nossa prece
L.1.: Obrigado, Senhor, por todas as pequenas bênçãos cotidianas, que nos dão luz e força no dia a dia
T.: Obrigado, Senhor
L.2: Bendito sejais Senhor, por Vossa infinita misericórdia
T.: Bendito seja Deus para sempre
Dir.: Encerremos esse nosso encontro rezando a Oração do Jubileu
T.: Pai que estais nos céus, / a Fé que nos destes no Teu filho Jesus Cristo, nosso irmão, / e a chama de Caridade, / derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo/ despertem em nós a bem-aventurada Esperança / para a vinda do Teu Reino.
A Tua graça nos transforme em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho/ que fermentem a humanidade e o cosmos, / na espera confiante dos novos céus e da nova terra, / quando, vencidas as potências do Mal, / se manifestar para sempre a Tua glória.
A graça do Jubileu reavive em nós, / Peregrinos de Esperança, / o desejo dos bens celestes/ e derrame sobre o mundo inteiro / a alegria e a paz do nosso Redentor.
A Ti, Deus bendito na eternidade, / louvor e glória pelos séculos dos séculos. Amém!
Conteúdo: Pe. Emílio Bortolini Neto