As indulgências são um convite da Igreja para renovar nosso coração e nos libertar do poder do pecado. Neste quarto encontro, meditamos sobre sua importância, aprendendo que, mesmo após a confissão, precisamos da ajuda divina para resistir às tentações futuras. Compreendemos que a indulgência fortalece nossa vida espiritual e nos aproxima de Deus, tornando-nos cada vez mais livres e transformados pelo Espírito Santo.
Que o Espírito Santo os conduza para este 4º encontro da Novena Jubilar.
4º encontro: Indulgências
T.: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Dir.: Irmãos e irmãs, sejam todos bem-vindos. Para começarmos bem o nosso encontro vamos invocar o Divino Espírito Santo.
T.: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis
e acendei neles o fogo do Vosso amor.
Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado.
E renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos Vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre da Sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.
Indulgências: um caminho de Libertação
Dir.: Um dos elementos ligados à fé mais mal compreendidos é a questão das Indulgências. Até mesmo professores de História chegam a referir-se a elas como se fossem vendas de lugares no Céu! Tamanha ignorância tem que ser esclarecida. Os documentos da Igreja definem as Indulgências como “a remissão das penas temporais dos pecados já perdoados”. A “pena temporal” é a consequência do pecado, que nos inclina a cometê-lo de novo, pois, como disse o próprio Jesus: “quem comete pecado, se torna escravo do pecado” (Jo 8, 34). Portanto, quando pecamos, nossa liberdade fica afetada, e, nas palavras de S. Paulo: “não faço o bem que quero, e acabo fazendo o mal que não quero” (Rm 7, 19).
T.: “Cristo nos libertou, para que sejamos realmente livres” (Gl 5, 1).
L.1: Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João (8, 31-36): “Naquele tempo, Jesus disse aos judeus que nele tinham acreditado: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Responderam eles: “Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: ‘Vós vos tornareis livres’?” Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres”. Palavra da Salvação.
T.: Glória a Vós, Senhor!
L.2: A necessidade das Indulgências foi percebida a partir de uma experiência que todos nós já fizemos: a Confissão, embora nos perdoe o passado, não nos tira do domínio do pecado, porque ela é como um remédio, não como uma vacina, ou seja, purifica do mal passado, mas não evita o mal futuro (embora diminua seu poder). A Indulgência vem fortalecer nosso “sistema imune”, tornando-nos capazes, pela Graça de Deus, de resistirmos aos ataques do mal. Continuamos pecadores, mas nos rebelamos contra o pecado, não o aceitamos mais passivamente.
T.: A pior prisão é a que não tem muros, mas os prisioneiros não fogem porque amam seu cativeiro!
Dir.: Assim, as Indulgências são um caminho de libertação, que vai neutralizando a força do mal sobre nós. O primeiro passo dessa jornada é “excluir do coração todo afeto ao pecado, mesmo venial”, pois, enquanto amamos o pecado, jamais seremos libertados, visto que Deus respeita nossa liberdade. Nosso maior problema espiritual é gostar do pecado, é achar que ele faz parte de nós, que seríamos mutilados se o perdêssemos. Às vezes, temos a impressão de que, quando estamos em dificuldade, pecar (abusar da comida ou da bebida, fofocar, cometer adultério, etc) nos faz bem, nos conforta e anima. A luz do Espírito Santo desmascara essa mentira, mostrando que o pecado é aquele inimigo que se faz de amigo, se aproxima de nós e nos abraça, mas só para poder nos apunhalar pelas costas.
T.: Abri meus olhos, ó Senhor, para que eu me converta das trevas para a luz (cf. At 26, 18)
L.1: Quando percebemos que fomos enganados, que caímos na armadilha do demônio, brota em nós um sentimento de rejeição a ele, de conversão. Mas o ser humano é inconstante, muda como o vento, e logo voltamos a sentir aquela atração para o mal que achávamos ter superado. É nessa hora que reconhecemos que precisamos de ajuda, de Deus, da Igreja, dos irmãos. Por isso, os outros passos nesse caminho de libertação vão ser a Confissão, a Comunhão, a oração pelo Papa e uma boa obra indulgenciada, como visitar um santuário (na nossa cidade, a Catedral) ou um doente, um preso, participar de encontros de estudo do Catecismo da Igreja Católica (oferecidos em nossa paróquia nas Terças-feiras às 19h e nos Sábados às 10.30) ou do Vaticano II, abster-se de distrações fúteis, dedicar-se ao voluntariado, fazer Obras de Misericórdia (trataremos especificamente delas no mês de Dezembro).
T.: Deus sempre nos ajuda, mas precisamos fazer nossa parte.
L.2: Podemos comparar esse caminho das Indulgências com a troca de um pneu furado, que segue os seguintes passos:
1) Afrouxar os parafusos: desprezar o pecado;
2) Erguer o carro: auxílio da Igreja, que nos eleva;
3) Trocar o pneu: substituir o mal pelo bem;
4) Descer o carro: voltar à realidade cotidiana;
5) Apertar os parafusos: renovar os propósitos.
T.: “Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido” (Sl 50, 12).
Dir.: A Indulgência é Plenária ou Parcial de acordo com o grau de exclusão do afeto ao pecado: se essa exclusão se estende a todos os pecados, a Indulgência é Plenária, se ela se estende a alguns, é Parcial. Mas mesmo essa é importante porque vai nos fortalecendo nesse caminho, até chegarmos na Plenária. Nenhum apego ao pecado pode entrar no Céu. Dessa forma, se morrermos sem a Indulgência Plenária, teremos que passar pela purificação do Purgatório. Por isso, nós também podemos alcançar as Indulgências em prol dos nossos entes queridos que estão no Purgatório.
T.: “Na imensidão de Vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado” (Sl 50, 3-4).
3. Oração
Dir.: Apresentemos agora nossas preces ao Senhor:
L.1: Perdoai-nos, Senhor, pelas vezes que nos conformamos com o pecado e não o combatemos
T.: Senhor, tende piedade de nós.
L.2: Dai-nos a graça, Senhor, de sermos libertados do mal, em todas as suas formas
T.: Senhor, atendei a nossa prece.
L.1.: Senhor, nós Vos agradecemos por virdes em nosso auxílio, dando-nos a força que não temos.
T.: Obrigado, Senhor.
L.2: Bendito sejais, ó Santíssima Trindade, porque sois Misericordioso e Indulgente.
T.: Bendito seja Deus para sempre.
Dir.: Peçamos a intercessão, a bênção, a proteção de Nossa Senhora, rezando: Ave Maria, cheia de graça…
Dir.: Encerremos esse nosso encontro rezando a Oração do Jubileu:
T.: Pai que estais nos céus, / a Fé que nos destes no Teu Filho Jesus Cristo, nosso irmão, / e a chama de Caridade, / derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo/ despertem em nós a bem-aventurada Esperança / para a vinda do Teu Reino.
A Tua graça nos transforme em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho/ que fermentem a humanidade e o cosmos, / na espera confiante dos novos céus e da nova terra, / quando, vencidas as potências do Mal, / se manifestar para sempre a Tua glória.
A graça do Jubileu reavive em nós, / Peregrinos de Esperança, / o desejo dos bens celestes/ e derrame sobre o mundo inteiro / a alegria e a paz do nosso Redentor.
A Ti, Deus bendito na eternidade, / louvor e glória pelos séculos dos séculos. Amém!
Dir.: O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à Vida Eterna. T.: Amém.
Conteúdo: Pe. Emílio
Bortolini Neto