Chegamos ao 7º encontro do Jubileu em Família e, neste encontro, somos convidados a refletir sobre as Obras de Misericórdia, fundamento essencial da vida cristã e expressão concreta do amor de Deus.
À luz da Palavra e do ensinamento da Igreja, compreendemos que a misericórdia não é apenas um sentimento, mas uma atitude que se manifesta em gestos concretos de cuidado, compaixão e serviço ao próximo. As Obras de Misericórdia, corporais e espirituais, recordam que a fé se torna verdadeira quando se traduz em obras, ajudando-nos a reconhecer Cristo presente nos irmãos e irmãs, especialmente nos mais necessitados, e a viver este tempo jubilar como um chamado à conversão, à esperança e ao compromisso com o amor cristão.
7º encontro: Obras de Misericórdia
T.: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Dir.: Irmãos e irmãs, sejam todos bem-vindos. Vamos começar o último encontro do nosso Jubileu em Família invocando o Divino Espírito Santo.
T.: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis
e acendei neles o fogo do Vosso amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado. E renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos Vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre da Sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.
1. Misericórdia
Dir.: A palavra “Misericórdia” vem do Latim e significa “um coração voltado para a miséria” (miseri cordis). Nossa reação natural perante o sofrimento é desviar o olhar, virar o rosto para outro lado. A Misericórdia nos faz vencer a natureza e não só olhar para quem sofre como ir ao seu encontro e fazer o que está ao nosso alcance.
T.: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5, 7).
L.1: A misericórdia é tão importante que o Papa Francisco não apenas falou dela mas escreveu um livro com o título: “O nome de Deus é misericórdia”, ou seja, ela não é apenas mais um entre muitos atributos de Deus, mas a Sua essência. Por isso, o Jubileu anterior tinha sido o Jubileu Extraordinário da Misericórdia (2015-2016), pois sem ela não existe vida cristã verdadeira.
T.: “Deus é rico em misericórdia” (Ef 2, 4).
2. Obras de Misericórdia
Dir.: Quando fazemos experiência da Misericórdia de Deus, nos tornamos misericordiosos com os irmãos. Como uma criança fala de acordo com o que ouve dos pais, aprendemos, ouvindo a Palavra de Deus, a falar a linguagem da Misericórdia, tratando o próximo da mesma maneira que Deus nos trata. Assim nascem as Obras de Misericórdia.
T.: “ A Fé, se não se traduz em obras, está morta! ” (Tg 2, 17)
L.2: Ouçamos o que Jesus nos diz no Evangelho (Mt 25, 31-40): “Quando o Filho do Homem vier em Sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em Seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele. Ele separará uns dos outros, e dirá aos que estiverem à Sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que Meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois Eu estava com fome e Me destes de comer; Eu estava com sede e Me destes de beber; Eu era estrangeiro e Me recebestes em casa; Eu estava nu e Me vestistes; Eu estava doente e cuidastes de Mim; Eu estava na prisão e fostes Me visitar’. Então os justos Lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que Te vimos com fome e Te demos de comer? Com sede e Te demos de beber? Quando foi que Te vimos como estrangeiro e Te recebemos em casa, e sem roupa e Te vestimos? Quando foi que Te vimos doente ou preso e fomos Te visitar?’ Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade, Eu vos digo que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de Meus irmãos, foi a Mim que o fizestes!’ ”
T.: “Sede misericordiosos como vosso Pai Celeste é misericordioso” (Lc 6, 36).
L.1: Esse texto mostra a importância das Obras de Misericórdia pois o próprio Jesus coloca-as como o critério para o nosso julgamento. Ninguém entrará no Céu sem as ter colocado em prática! Se alguém reza o terço, vai à Missa, adora o Santíssimo mas não pratica as Obras de Misericórdia, não se salvará, porque sua vida de oração não é verdadeira, já que não produz bons frutos.
T.: “O julgamento será sem misericórdia para quem não praticou a Misericórdia, mas a Misericórdia triunfa sobre o julgamento” (Tg 2, 13).
Dir.: O Catecismo da Igreja Católica define as Obras de Misericórdia como “ações caritativas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais” (§ 2447). Visto que o ser humano é material e espiritual, tem um corpo e uma alma, a tradição cristã elencou 14 obras de Misericórdia, sendo 7 Corporais, por socorrerem o corpo, e 7 Espirituais, por socorrerem a alma.
L.1: As obras de Misericórdia Corporais são:
1. Dar de comer a que tem fome
2. Dar de beber a quem tem sede
3. Dar pousada aos peregrinos
4. Vestir os nus
5. Visitar os doentes
6. Visitar os presos
7. Enterrar os mortos
L.2: As Obras de Misericórdia Espirituais são:
1. Instruir os que não conhecem as verdades da Fé
2. Dar bom conselho
3. Corrigir os que erram
4. Perdoar as injúrias
5. Consolar os tristes
6. Suportar com paciência as fraquezas do próximo
7. Rezar a Deus pelos vivos e falecidos
T.: Que a árvore da nossa vida esteja carregada desses frutos!
Dir.: O Papa Leão XIV afirmou que “as obras de misericórdia são o banco mais seguro e rentável para confiar o tesouro da nossa existência, porque ali, como nos ensina o Evangelho, com ‘duas pequenas moedas’, até uma viúva pobre se torna a pessoa mais rica do mundo.” Na mesma ocasião, ele incentivou: “onde quer que estejamos, procuremos não perder nenhuma oportunidade de amar. Esta é a vigilância que Jesus nos pede: habituar-nos a estar atentos, prontos e sensíveis uns aos outros, como Ele é conosco em cada momento.”
T.: Que Nossa Senhora, que sempre esteve atenta e disposta para servir, interceda por nós, para que não percamos nenhuma oportunidade de amar!
3. Oração
Dir.: Apresentemos agora nossas preces ao Senhor:
L.1: Perdoai-nos, Senhor, pelas vezes que não praticamos as Obras de Misericórdia
T.: Senhor, tende piedade de nós.
L.2: Dai-nos a graça, Senhor, de termos para com o próximo a mesma Misericórdia que tendes conosco
T.: Senhor, atendei a nossa prece.
L.1.: Senhor, nós agradecemos porque nos tratais não de acordo com nossos pecados, mas segundo Vossa Misericórdia
T.: Obrigado, Senhor.
L.2: Bendita sejais, ó Santíssima Trindade, porque Vosso nome é Misericórdia
T.: Bendito seja Deus para sempre.
Dir.: Peçamos a intercessão, a bênção, a proteção de Nossa Senhora, rezando: Ave Maria, cheia de graça…
Dir.: Encerremos esse nosso encontro rezando a Oração do Jubileu:
T.: Pai que estais nos céus, / a Fé que nos destes no Teu Filho Jesus Cristo, nosso irmão, / e a chama de Caridade, / derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo/ despertem em nós a bem-aventurada Esperança / para a vinda do Teu Reino.
A Tua graça nos transforme em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho/ que fermentem a humanidade e o cosmos, / na espera confiante dos novos céus e da nova terra, / quando, vencidas as potências do Mal, / se manifestar para sempre a Tua glória.
A graça do Jubileu reavive em nós, / Peregrinos de Esperança, / o desejo dos bens celestes/ e derrame sobre o mundo inteiro / a alegria e a paz do nosso Redentor.
A Ti, Deus bendito na eternidade, / louvor e glória pelos séculos dos séculos. Amém!
Dir.: O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à Vida Eterna. T.: Amém.
Conteúdo: Pe. Emílio
Bortolini Neto
