Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, uma celebração importante para a Igreja Católica. O dia 12 de junho deste ano foi agraciado por Deus para a Diocese de União da Vitória, que tem o Sagrado Coração de Jesus como seu padroeiro. Após ter ficado um ano e cinquenta e seis dias sem bispo, desde o dia 16 de abril de 2014, quando da nomeação de Dom João Bosco Barbosa de Sousa então bispo diocesano, para a Diocese de Osasco – SP, a Diocese de União da Vitória recebeu então no dia 12 de junho seu novo pastor.
Transferido da Arquidiocese de Porto Alegre (RS), onde exerceu seus quatro anos de episcopado como bispo auxiliar, Dom Agenor Girardi foi nomeado no dia 06 de maio pelo Papa Francisco como o novo bispo da então Diocese vacante (sem bispo) de União da Vitória.
Sua Posse, marcada para o dia da comemoração do Sagrado Coração de Jesus não foi por acaso. A data foi definida pelo próprio bispo, sendo ele também religioso da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração. Em entrevista já em Porto Alegre, Dom Agenor dizia: “São as coincidência de Deus, sendo eu um Missionário do Sagrado Coração e designado para uma diocese que tem o Sagrado Coração como seu Padroeiro”, declarava.
Ainda que com feriado facultativo na cidade de União da Vitória, pela comemoração do seu padroeiro, Sagrado Coração, desde às 8h30m da manhã, a igreja Nossa Senhora do Rocio ia aos poucos sendo tomada por pessoas provindas de todos os cantos da Diocese. Eram sacerdotes, diáconos e leigos que chegavam para acolher o seu novo pastor. Também fiéis de outros Estados, familiares de Dom Agenor, colegas de trabalhos e bispos de vários cantos do Paraná, se faziam presentes para saudar o novo bispo. Entre os bispos presentes estavam os dois bispos antecessores a Dom Girardi, sendo eles Dom Walter Michael Ebejer, primeiro bispo de União da Vitória e que a governou por 30 anos, e Dom João Bosco, atual bispo de Osasco que atuou na Diocese por sete anos.
A celebração deu início às 10h15m. O povo reunido na igreja lotada ouvia então pelas caixas de som o Rito de Posse que dava-se início na porta da igreja. Dom José Antônio Peruzzo apresentou aos onze padres que formam o chamado Colégio dos Consultores, junto com seu Administrador Diocesano, até então Padre José Levi Godoy, o novo bispo diocesano.
Bispos, padres, diáconos e seminaristas entravam então na igreja ao canto da procissão de entrada. À chegada no presbitério (local onde ficam o clero) o Rito de Posse deu continuidade. Seguindo o ritual, padre Levi solicitou ao Arcebispo que desse Posse ao novo bispo: “Dom José Peruzzo, a Santa Mãe Igreja pede que seja dada posse, como Bispo Diocesano de União da Vitória, a Dom Agenor Girardi”, solicitou. À pedido do Arcebispo, foi pedido então a apresentação e a leitura da Bula Pontifícia (Documento vindo da Santa Sé (Roma) emitido pelo Papa Francisco nomeando Dom Agenor como bispo de União da Vitória). O Documento foi lido pelo chanceler da Cúria Diocesana de União da Vitória, padre Abel Zastawny.
Todos os presentes na Igreja acompanhavam atentamente outro gesto que marca o Rito de Posse ao novo bispo, a entrega do Báculo (espécie de cajado, insígnia) utilizado pelo bispo nas celebração e que expressa o serviço pastoral do bispo de condução do seu “rebanho” (fiéis a ele confiado na Diocese) que foi feita também pelo Arcebispo. “Dom Agenor Girardi, recebe o Báculo, símbolo do serviço pastoral, e cuida de todo rebanho desta Diocese de União da Vitória, da qual o Espírito Santo te constituiu Bispo a fim de apascentar a Igreja de Deus. Caminha como bom pastor, com coragem diante do teu povo…”, falou Dom Peruzzo.
Dom Agenor, depois de receber o Báculo sentou-se então na cadeira presidêncial para dar continuidade à celebração na posição agora de bispo da Diocese. Representantes dos padres, diáconos, religiosos e leigos se aproximaram então para expressar um gesto de obediência. Enquanto isso, o canto “Sou bom Pastor, ovelhas guardarei” dava o colorido a esse gesto.
A promessa de obediência ao bispo traz um sentido não autoritário, mas de caminhar com a Igreja, guiada pelo Espírito Santo e confiada aos seres humanos. Dom Agenor destacou na homilia a importância de se caminhar juntos. “Não há uma evangelização só com o bispo na diocese, devemos caminhar juntos; quero me colocar à disposição de todos, ouvindo, percebendo os desafios para melhoramos em conjunto”, destacou o novo bispo.
Em uma atitude de comunhão e de oferenda, representantes das paróquias presentes na celebração, trouxeram cartazes e quadros com fotos de suas igrejas e na hora do ofertório entravam em procissão.
No final da celebração, Dom Agenor foi homenageado com alguns depoimentos. Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, agradeceu ao trabalho de Dom Agenor no período em que atuou no Rio Grande do Sul: “Queremos agradecer pelo tempo que o senhor esteve na Arquidiocese de Porto Alegre. Se eu posso dizer uma palavra ao povo e ao clero, afirmo que este é um homem bom, simples e um bispo próximo”, testemunhou.
Também, Dom Mauro Aparecido dos Santos, presidente do Regional Sul 2 da CNBB, acolheu Dom Agenor recordando de seu trabalho missionário por regiões do Paraná: “O episcopado paranaense recebeu com alegria sua nomeação. Já o conhecemos como padre atuando em Palmas-Francisco Beltrão. Sabemos de suas qualidades e potencialidades. Seja bem-vindo ao nosso Regional. Aqui nós formamos uma família e o senhor chega para somar conosco!” afirmou. Representante dos leigos, religiosos e autoridades civis fizeram também sua acolhida ao novo bispo.
Muitos que não puderam se fazer presente na celebração, a acompanharam pelo rádio e em vídeo. A emissora católica, Rádio Educadora de União da Vitória fez a transmissão da Posse, e outras emissoras na região entraram em cadeia com ela. “Não pude ir, mas acompanhei a cerimônia pela internet, assistindo e ouvindo os comentários. Estava muito linda”, comentou Nelsi Owsiany, de São Mateus do Sul.
Atitude de comunhão e simplicidade, os fiéis da Diocese já puderam percebem em seu novo pastor, ao pedir que o almoço da Posse fosse uma partilha. “Pedi que nosso almoço fosse uma confraternização, que cada pessoa trouxesse um prato de comida e partilhássemos. Quem não pôde trazer não se preocupe, geralmente na partilha sempre tem para todos e sobra”, atestou Dom Agenor.
Dom Agenor, que tem como lema em seu Brasão Episcopal, “Ametur cor Jesu” expressão latina que significa “Amado seja o Coração de Jesus”, aos poucos vai se familiarizando com sua nova família diocesana, conhecendo as paróquias e o povo a ele por Deus confiado. “Aos poucos vamos nos conhecendo e nos aproximando mais, agora é aqui nesta Diocese que vamos plantar a Semente do Reino e construir a Igreja de Jesus Cristo”, declarou o novo bispo.
Pe. Marcelo S. de Lara
fmslara@yahoo.com.br