Chegamos ao sexto encontro de nossa caminhada jubilar em família, e hoje somos convidados a refletir sobre uma virtude essencial para o cristão: a Esperança. Ela sustenta nossa fé, ilumina nossos passos e nos mantém firmes mesmo quando as dificuldades nos visitam. O Papa Francisco nos fez recordar que toda graça jubilar nasce dessa certeza que não falha: a Esperança não decepciona, pois brota do amor infinito de Deus derramado em nossos corações.

Nesta encontro de oração, queremos deixar que essa chama se reacenda dentro de nós e em nossos lares. Como família, como Igreja, como povo de Deus, desejamos nos fazer sinais vivos de Esperança, fortalecidos pelo Espírito Santo, animados pela fé e movidos pela caridade.
Que este encontro nos ajude a confiar mais profundamente na ação de Deus, a cultivar a paciência, a permanecer firmes nas tribulações e a reconhecer que Cristo caminha conosco, conduzindo-nos para a vida plena.
Com coração aberto e espírito orante, iniciemos juntos este 6º encontro.
6º encontro: Esperança
T.: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Dir.: Irmãos e irmãs, sejam todos bem-vindos. Para começarmos bem o nosso encontro vamos invocar o Divino Espírito Santo.
T.: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis
e acendei neles o fogo do Vosso amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado. E renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos Vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre da Sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.
1 – A Esperança Não Decepciona
Dir.: A Esperança é um elemento tão importante do jubileu que o documento pelo qual o Papa Francisco o convocou chama-se “A Esperança não decepciona” (Spes non confundit). Logo no primeiro parágrafo, o Papa afirma que “a Esperança é a mensagem central do jubileu”.
T.: “A esperança não decepciona, porque o Amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 5).
L.1: Se olharmos bem, veremos que muitas esperanças que tínhamos nos decepcionaram, porque não se realizaram. Isso mostra, porém, que a Esperança à qual a Bíblia se refere não é um mero pensamento positivo humano, mas a certeza de que podemos estar em comunhão com Deus em qualquer situação. Por isso, a Esperança é, junto com a Fé e o Amor, uma das 3 Virtudes Teologais, que nos unem a Deus.
T.: “Aprendi o segredo de viver em toda e qualquer situação, tendo de sobra ou sofrendo necessidade: tudo posso naquele que me dá força” (Fl 4, 12-13).
L.2: Leitura da Carta aos Romanos: “Os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. Pois já fomos salvos, mas na esperança. Ora, o objeto da esperança não é aquilo que estamos vendo, mas se esperamos o que não vemos, é porque o estamos aguardando mediante a perseverança” (Rm 8, 18-19.24-25)
T.: “Se é para esta vida que pusemos a nossa esperança em Cristo, nós somos — de todos os homens — os mais dignos de compaixão” (1Cor 15, 19).
2 – A Paciência, Filha e Suporte Da Esperança
Dir.: Comentando a Carta aos Romanos, o Papa Francisco afirma que “São Paulo é muito realista. Sabe que a vida é feita de alegrias e sofrimentos (…) Mas em tais situações, através da escuridão, vislumbra-se uma luz: descobre-se que a evangelização é sustentada pela força que brota da cruz e da ressurreição de Cristo. Isto faz crescer uma virtude, que é parente próxima da esperança: a paciência. Habituamo-nos a querer tudo agora, num mundo onde a pressa se tornou uma constante. Já não há tempo para nos encontrarmos e, com frequência, as próprias famílias sentem dificuldade para se reunir e falar calmamente. A paciência foi posta em fuga pela pressa, causando grave dano às pessoas; com efeito sobrevêm a intolerância, o nervosismo e, por vezes, a violência gratuita, gerando insatisfação e isolamento. Além disso, na era da internet, a paciência deixou de ser de casa. Se ainda fôssemos capazes de admirar a criação, poderíamos compreender como é decisiva a paciência. Esperar a alternância das estações com os seus frutos; observar a vida dos animais e os ciclos do respectivo desenvolvimento. (…) Redescobrir a paciência faz bem a nós próprios e aos outros. (…) A paciência – fruto também ela do Espírito Santo – mantém viva a esperança e consolida-a como virtude e estilo de vida. Por isso, aprendamos a pedir muitas vezes a graça da paciência, que é filha da esperança e, ao mesmo tempo, seu suporte”. (4)
T.: “Bendito seja Deus, que nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus” (1Pd 1, 3).
3 – A Esperança, Corda que nos Resgata
Dir.: Em Hebraico, “esperança” se diz “kaváh”, cuja raiz (qav) significa corda. Assim como para se fazer uma corda é preciso entrelaçar três faixas, para se ter esperança também é preciso entrelaçar três elementos. Um deles é a paciência, que já vimos no texto do Papa. Junto a ela estão o Otimismo (em relação ao final) e o Realismo (em relação ao caminho). O otimismo nos dá ânimo para caminhar, na certeza de que nossos passos nos conduzem a Deus, e o realismo nos leva a encarar com naturalidade as dificuldades que vão aparecendo, evitando que elas nos desanimem.
T.: “A esperança é para nós qual âncora da vida, segura e firme” (Hb 6, 19) que nos faz manter o rumo no meio das tempestades.
L.1: A corda também nos ajuda a entender a Esperança a partir do seu uso, que serve para unir coisas que estavam separadas, tornando possível o que antes era impossível, como tirar água de um poço. Assim, a Esperança nos une a Deus e traz até nós a Água da vida, que, sem ela, seria inacessível.
T.: “É feliz quem põe sua Esperança no Senhor” (Sl 145, 5)
L.2: Mas a palavra “esperança” vem do Latim “Spes”, que, em sua raiz, significava aumentar, expandir, dilatar. Assim, a Esperança é o que expande nossa visão da vida, dilata nossa percepção do mundo, nos faz enxergar além do corriqueiro. Ela nos faz olhar para o mundo e deduzir: “tem que ter algo a mais…”, e sair em busca.
T.: Que sejamos alegres por causa da esperança, fortes nas tribulações, perseverantes na oração” (Rm 12, 12).
Dir.: Por fim, o Papa nos convida, nesse Ano Jubilar, a sermos “sinais palpáveis de esperança para muitos que vivem em condições de dificuldade. Penso nos presos que, privados de liberdade, além da dureza da reclusão, experimentam dia a dia o vazio afetivo, as restrições impostas e, em não poucos casos, a falta de respeito. Sinais de esperança hão de ser oferecidos aos doentes, que se encontram em casa ou no hospital. Que os seus sofrimentos encontrem alívio na proximidade de pessoas que os visitem e no carinho que recebem!”
T.: “Tudo o que fazeis ao menor dos meus irmãos, é a mim que o fazeis” (Mt 25, 40).
4 – Oração
Dir.: Apresentemos agora nossas preces ao Senhor:
L.1: Perdoai-nos, Senhor, pelas vezes que não colocamos nossa esperança em Vós
T.: Senhor, tende piedade de nós.
L.2: Dai-nos a graça, Senhor, de sermos pacientes
T.: Senhor, atendei a nossa prece.
L.1.: Senhor, nós agradecemos por Vossa Palavra, que alimenta nossa Esperança
T.: Obrigado, Senhor.
L.2: Bendita sejais, ó Santíssima Trindade, fonte de nossa Esperança
T.: Bendito seja Deus para sempre.
Dir.: Peçamos a intercessão, a bênção, a proteção de Nossa Senhora, rezando: Ave Maria, cheia de graça…
Dir.: Encerremos esse nosso encontro rezando a Oração do Jubileu:
T.: Pai que estais nos céus, / a Fé que nos destes no Teu Filho Jesus Cristo, nosso irmão, / e a chama de Caridade, / derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo/ despertem em nós a bem-aventurada Esperança / para a vinda do Teu Reino.
A Tua graça nos transforme em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho/ que fermentem a humanidade e o cosmos, / na espera confiante dos novos céus e da nova terra, / quando, vencidas as potências do Mal, / se manifestar para sempre a Tua glória.
A graça do Jubileu reavive em nós, / Peregrinos de Esperança, / o desejo dos bens celestes/ e derrame sobre o mundo inteiro / a alegria e a paz do nosso Redentor.
A Ti, Deus bendito na eternidade, / louvor e glória pelos séculos dos séculos. Amém!
Dir.: O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à Vida Eterna. T.: Amém.
Conteúdo: Pe. Emílio
Bortolini Neto










