Caro leitor e leitora… Neste mês temos uma importante campanha que é conhecida como “Setembro Amarelo”, que visa a valorização da vida humana em todas as suas instâncias, com ênfase na prevenção ao suicídio.
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Sobre esse assunto, todos temos algum tipo de entendimento que nos vem pelo senso comum. Também conhecemos casos de suicídio, talvez em nossa família ou de pessoas de nossa comunidade. É uma situação que se faz presente, e não queremos olhar e muito menos refletir sobre ele. É um tema tabu, ainda mais, cercado de preconceito.
Os preconceitos em torno do suicídio são dos mais variados, englobam tanto crenças pessoais, sociais e religiosas, que não nos permitem aproximar do tema, assumi-lo e debatê-lo, gerando fecundas reflexões, superando os estigmas e preconceitos. Ao nos depararmos com uma situação fatídica, a pessoa sofre, a família sofre, a igreja sofre, enfim, a sociedade sofre. Pois como disse Santa Terezinha de Lisieux: “Quando uma alma sofre, todas as outras sofrem juntas; quando uma alma se alegra, todas se alegram juntas” (adaptação do autor).
Não estamos no mundo sozinhos, afetamos e somos afetados pela humanidade. Carl Gustav Jung, eminente psicoterapeuta, criador da Psicologia Analítica, chama isso de Inconsciente Coletivo, ou seja, são aspectos que nos tornam humanos e nos ligam intimamente a todos os seres humanos. Conjugamos o verbo sofrer juntos, nas “duas primeiras pessoas”: “Eu sofro, nós sofremos”.
Tendo em mente essa constatação, o “Setembro Amarelo” tem como finalidade desmistificar e desmitificar o tema do Suicídio, principalmente no viés da valorização da maior dádiva que recebemos, que é a vida. Não queremos aqui, discorrer sobre as multifacetadas causas que levam alguém a atentar contra sua própria existência, mas pensarmos em formas de acolhimento, sem julgamentos, preconceitos as pessoas que estão em situação de intenso sofrimento e com ideações suicidas. Quantas vezes, ficamos pensativos depois de um fato assim; nossa consciência nos cobra: “Por que não dei mais atenção para essa pessoa? ” ou “Nossa, parecia que ela estava bem!” Essa pessoa pode ser você, que está sofrendo sozinho e calado; essa pessoa pode estar morando na sua casa; essa pessoa pode estar trabalhando no mesmo local que o seu; basta olhar… Que tipo de olhar?
O olhar humano, carregado de empatia, com disponibilidade de ouvir e de estar junto. O desespero bate à porta quando a pessoa se vê sozinha, isolada de si mesma, do mundo, das pessoas, da religião…
Depois dessas linhas escritas, a pergunta que não quer calar: “O que fazer numa situação dessas? ”
Primeiramente, acolher a pessoa em sofrimento, assim como Jesus acolhia todos os que buscavam refresco para a alma.
Segundo, encaminhar para ajuda profissional. A dor que gera a ideação suicida, não é frescura, não é falta de fé ou religião. Os profissionais aptos a atuar nessas situações são o Médico Psiquiatra e o Psicólogo. Cada caso será analisado e, geralmente as intervenções são medicamentosas (atribuição exclusiva do Médico Psiquiatra) e com terapia psicológica (atribuição exclusiva da Psicologia).
Não esperemos o pior acontecer! Busquemos ajuda, pois ela existe! Em nossa região existem excelentes profissionais dispostos e, principalmente, aptos a fazer uma intervenção humana e acolhedora, despida de preconceitos e julgamentos!
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Setembro Amarelo é uma campanha de valorização da vida! Olhemos para Jesus, que sempre nos ensina a valorizar nossa existência: “Eu sou o caminho, a verdade e a Vida” (Jo 14,6).
Texto: Professor e Psicólogo,
Sérgio Gelchaki
CRP: 08/31323