Por, Paulo Eduardo de Oliveira, paulo.eduardo.oliveira@hotmail.com
Vivemos em uma sociedade altamente erotizada, que supervalorizou o sexo, utilizando-o como instrumento mercantil e publicitário. Chegamos mesmo a uma generalizada “cultura da indecência”, em que tudo gira em torno do sexo, sem limites e sem pudor: da propaganda de cartão de crédito à de bebida, em toda e qualquer situação, sempre o corpo do homem, mas preferencialmente da mulher, deve aparecer em insinuações picantes.
Veja-se ainda o crescimento da indústria da pornografia, assim como o perfil das novelas e das letras de certas músicas, que se tornam facilmente “hit parade” (músicas na lista das mais famosas e apreciadas, as “músicas da parada”): ali o sexo e a depravação sexual são incentivados como se fossem o melhor padrão moral que se pode oferecer aos jovens e às famílias. Nessa sociedade, a virgindade não é mais um valor, e não raras vezes se torna motivo de vergonha para muitos adolescentes, que se sentem “atrasados” frente aos seus grupos de amigos. Qualquer adolescente e jovem, no carnaval, pode receber gratuitamente preservativos pagos com dinheiro público: esse é o resultado de um país que não sabe educar, mas apenas aplicar pomadas nas feridas do coração de uma juventude moralmente mal formada (e até mesmo deformada).
Referindo-se a estes traços de nossa cultura erotizada, assim escreveu o Papa Bento XVI, em sua Encíclica Deus Caritas Est (Deus é amor): “o modo de exaltar o corpo, a que assistimos hoje, é enganador. O eros degradado a puro «sexo» torna-se mercadoria, torna-se simplesmente uma «coisa» que se pode comprar e vender; antes, o próprio homem torna-se mercadoria. Na realidade, para o homem, isto não constitui propriamente uma grande afirmação do seu corpo. Pelo contrário, agora considera o corpo e a sexualidade como a parte meramente material de si mesmo a usar e explorar com proveito. Uma parte, aliás, que ele não vê como um âmbito da sua liberdade, mas antes como algo que, a seu modo, procura tornar simultaneamente agradável e inócuo. Na verdade, encontramo-nos diante duma degradação do corpo humano, que deixa de estar integrado no conjunto da liberdade da nossa existência, deixa de ser expressão viva da totalidade do nosso ser, acabando como que relegado para o campo puramente biológico” (Encíclica Deus Caritas Est, n. 5).
Neste contexto, vale perguntar: a virgindade ainda tem algum valor? E que relação existe entre o valor da virgindade e a dignidade do matrimônio, segundo a perspectiva cristã?
Como nos ensina a Exortação Familiaris Consortio, do Papa João Paulo II, “A virgindade e o celibato pelo Reino de Deus não só não contradizem a dignidade do matrimônio, mas a pressupõem e confirmam. O matrimônio e a virgindade são os dois modos de exprimir e de viver o único Mistério da Aliança de Deus com o seu povo. Quando não se tem apreço pelo matrimônio, não tem lugar a virgindade consagrada; quando a sexualidade humana não é considerada um grande valor dado pelo Criador, perde significado a renúncia pelo Reino dos Céus” (Exortação Familiaris Consortio, n. 16).
Citando uma passagem de São João Crisóstomo, a Exortação Familiaris Consortio assim nos ensina: “Quem condena o matrimônio, priva a virgindade da sua glória; pelo contrário, quem o louva, torna a virgindade mais admirável e esplendente. O que parece um bem apenas quando comparado ao mal, não é pois um grande bem; mas o que é melhor do que aquilo que todos consideram bom, é certamente um bem em grau superlativo” (Exortação Familiaris Consortio, n. 16). Portanto, para a tradição cristã, tanto a virgindade quanto o matrimônio devem ser profundamente valorizados, como expressão de uma vivência integrada da sexualidade: no matrimônio como doação entre os esposos; na virgindade consagrada como doação aos irmãos e a Deus.
Referindo-se a estes traços de nossa cultura erotizada, assim escreveu o Papa Bento XVI, em sua Encíclica Deus Caritas Est (Deus é amor): “o modo de exaltar o corpo, a que assistimos hoje, é enganador. O eros degradado a puro «sexo» torna-se mercadoria, torna-se simplesmente uma «coisa» que se pode comprar e vender; antes, o próprio homem torna-se mercadoria. Na realidade, para o homem, isto não constitui propriamente uma grande afirmação do seu corpo. Pelo contrário, agora considera o corpo e a sexualidade como a parte meramente material de si mesmo a usar e explorar com proveito. Uma parte, aliás, que ele não vê como um âmbito da sua liberdade, mas antes como algo que, a seu modo, procura tornar simultaneamente agradável e inócuo. Na verdade, encontramo-nos diante duma degradação do corpo humano, que deixa de estar integrado no conjunto da liberdade da nossa existência, deixa de ser expressão viva da totalidade do nosso ser, acabando como que relegado para o campo puramente biológico” (Encíclica Deus Caritas Est, n. 5).
Neste contexto, vale perguntar: a virgindade ainda tem algum valor? E que relação existe entre o valor da virgindade e a dignidade do matrimônio, segundo a perspectiva cristã?
Como nos ensina a Exortação Familiaris Consortio, do Papa João Paulo II, “A virgindade e o celibato pelo Reino de Deus não só não contradizem a dignidade do matrimônio, mas a pressupõem e confirmam. O matrimônio e a virgindade são os dois modos de exprimir e de viver o único Mistério da Aliança de Deus com o seu povo. Quando não se tem apreço pelo matrimônio, não tem lugar a virgindade consagrada; quando a sexualidade humana não é considerada um grande valor dado pelo Criador, perde significado a renúncia pelo Reino dos Céus” (Exortação Familiaris Consortio, n. 16).
Citando uma passagem de São João Crisóstomo, a Exortação Familiaris Consortio assim nos ensina: “Quem condena o matrimônio, priva a virgindade da sua glória; pelo contrário, quem o louva, torna a virgindade mais admirável e esplendente. O que parece um bem apenas quando comparado ao mal, não é pois um grande bem; mas o que é melhor do que aquilo que todos consideram bom, é certamente um bem em grau superlativo” (Exortação Familiaris Consortio, n. 16). Portanto, para a tradição cristã, tanto a virgindade quanto o matrimônio devem ser profundamente valorizados, como expressão de uma vivência integrada da sexualidade: no matrimônio como doação entre os esposos; na virgindade consagrada como doação aos irmãos e a Deus.