Como ensinar e falar do ‘Sinal da Cruz’ para os catequizandos e catequiznadas?
Antes, precisamos entender qual e o verdadeiro significado deste ato para o cristãos católicos.
Nós católicos temos o hábito de utilizarmos o Sinal da Cruz para pedir proteção e quando vamos fazer nossas orações. Quando assistimos uma partida de futebol vemos muitos jogadores, ao entrarem em campo, fazer o Sinal da Cruz. Certamente em sua vida você também já fez muitas vezes esse sinal. Mas, talvez, você, os jogadores e muitos que fazem o sinal da cruz, o fazem sem saber o seu verdadeiro significado.
Relatos do século III
Historicamente a prática do sinal da cruz remonta já no século III.
Tertuliano, um dos Padre da Igreja, que viveu no século III, em um dos seus escritos, chamado De Corona Milits (Os Soldados), encontra-se a seguinte descrição sobre o sinal da cruz: “Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos, lavamo-nos e iniciamos as refeições, quando vamos nos deitar, quando nos sentamos, nessas ocasiões e em todas as nossas demais atividades, persignamo-nos a testa com o sinal da cruz”.
Santo Hipólito de Roma fala o seguinte: “Durante a tentação, fazei piedosamente, na fronte, o sinal da cruz, pois este é o sinal da Paixão reconhecidamente provado contra o demônio, desde que feito com fé e não para vos exibir diante dos homens, servindo eficazmente como um escudo. O adversário, vendo quão grande é a força que sai do coração do homem que serve o Verbo (pois mostra o sinal interior do Verbo projetado no exterior), fugirá imediatamente, repelido pelo Espírito que está no homem.” (Tradição do Apóstolos, 42).
Os significados do Sinal da Cruz:
1 – Ao traçarmos o sinal da cruz sobre o nosso corpo, estamos afirmando três verdades fundamentais de nossa fé: Deus, que é Uno e Trino, a Encarnação de Jesus e sua morte na cruz;
2 – Ao dizermos Em nome do Pai, do Filho e Do Espírito Santo professamos a fé na Santíssima Trindade;
3 – Ao iniciarmos o gesto colocando os dedos na cabeça e descendo para o estômago, estamos declarando nossa fé na Encarnação de Jesus por meio do ventre de Maria Santíssima;
4 – Quando completamos o sinal da cruz: cabeça, estômago, ombro esquerdo e ombro direito, fazemos o forma da cruz em nosso corpo;
5 – Existe o significado popular: a cruz na testa é para Deus nos livrar de todos os maus pensamentos, na boca é para livrar das más palavras e no peito para Deus nos livrar das más ações.
O que nos diz o Catecismo da Igreja Católica?
– O sinal da cruz assinala a marca de Cristo naquele que vai lhe pertencer e significa a graça da redenção que Cristo nos proporcionou por sua cruz. (CIC, n. 1235);
– Quando o cristão começa seu dia, suas orações e suas ações com o sinal da cruz – Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!, ele dedica a jornada à glória de Deus e invoca a graça do Salvador, que lhe possibilita agir no Espírito como filho do Pai. O sinal da cruz nos fortifica nas tentações e nas dificuldades. (CIC, n. 2157).
Professor Felipe Aquino:
No seu livro sobre os sacramentos, o professor apresenta o significado litúrgico do sinal da cruz. “A cruz na testa lembra que o Evangelho deve ser entendido, estudado, conhecido; a cruz nos lábios lembra que o Evangelho deve ser proclamado, anunciado (missão de todo cristão); e a cruz no peito, à altura do coração, indica-nos que o Evangelho, acima de tudo, deve ser vivido, pregado e testemunhado por todos os que acreditam na ressurreição de Cristo.”
Passando à frente.
Agora que sabemos o significado, historicamente, teologicamente e popularmente, do sinal da cruz, podemos explicar esses significados aos nossos catequizandos e catequizandas.
– O sinal da cruz não é só um gesto que se faz na Igreja, mas sim uma verdadeira oração;
– É o sinal de Jesus. Na cruz ele nos salvou. É igualmente o sinal dos cristãos;
– É uma forma de invocar a proteção do Altíssimo. É um diálogo com Deus.
E por fim ensinar como fazer esse sinal:
Com a mão direita, começa na testa e fala Em nome do Pai, depois coloca a mão no estômago e fala do Filho, e continua no ombro esquerdo e depois no direito e fala e do Espírito em um lado e Santo do outro lado, depois ajunta as mãos e se diz, Amém!
Contribuição: Célio Reginaldo Calikoski
Coordenador Diocesano da Catequese